segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Que seja...

"Eu sentia a necessidade de criar chances, e depois destas, subterfúgios. Ele sempre soube do quão evasiva eu era e nunca me julgou por isso. Não seria agora, que estava me tornando – ou apenas fazendo algo – oposto a isso. Precisava fazê-lo. Vê-lo. Por que não faria? Paredes, muros, muralhas. Não, eram apenas ruas, a quais eu transpassava incansavelmente. Sentir-me-ia melhor em sua presença, isso era uma lógica óbvia o suficiente para descartar a hipótese de que fosse deveras infundada. Percorrer ruas a sua procura era o mínimo que eu podia fazer para saciar a ânsia que sentia dele, e que insistia em perdurar, não importando o tempo que fosse.
Busquei-o e encontrei-o. Não era difícil para mim. Ainda me perguntava se de fato eram ruas ou muros, imagens ilusórias ou bloqueios psicológicos que me impediam de vislumbrar o que sempre procurei. Ele. Mas perdurar devaneios seria um estigma ignóbil quando me deparava com o par de orbes que formavam o rosto que compunha meus sonhos, estes que sucedem-se independente de estar dormindo ou não. " (...)